Trabalho nos Estados Unidos

Um nordestino que morava em uma região muito pobre reclamava com um cumpadre do sofrimento que é a seca, a sede e, principalmente, a fome! O compadre, que era meio irresponsável, falou:

— Porque que você não vai para os Estados Unidos bichinho? Lá num tem seca nem fome e todo mundo é rico!

O nordestino perguntou:

— Mas cumu que eu vou prá lá?

E o cumpadre:

— Ora, arrume emprego em um navio que vá para lá!

O nordestino arrumou sua trouxa e se mandou para os Estados Unidos, matando-se de trabalhar em um navio cargueiro.

Chegando em Nova Iorque o nordestino além de fome começou a sofrer com o frio, porque não conseguia arrumar emprego pois não falava uma só palavra em inglês... Ele estava sentado em uma calçada, congelado e faminto, esperando pela morte, quando passou um mexicano e perguntou:

— O que acontece Muchacho? Queres ir para o meu circo?

O nordestino então, com dificuldade de andar foi até o circo, que era aquecido, onde tomou um banho quente, trocou de roupa, fez uma farta refeição e foi dormir para recuperar as forças. Quando acordou foi procurar o mexicano:

— O que posso fazer para recompensá-lo?

O mexicano respondeu:

— Quero que vistas uma pele de leão e entres no picadeiro para lutares com uma jiboia!

O nordestino recuou um passo, mas pensou que se não fosse o mexicano já estaria morto...

Na hora do espetáculo o mexicano anunciou:

— E agora, a sensacional luta do leão africano com a jiboia da amazônia!

O nordestino, vestido de leão, entrou no picadeiro urrando, mas quando viu a imensa cobra entrando do outro lado ajoelhou-se e disse:

— Meu padim padre Cícero, de Juazeiro no Ceará, não deixe essa cobra me matar!

A cobra colocou as mãos na cintura e disse:

— Ó chente bichinho, tu é de lá também?

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