O manco
Todos os dias o louco subia por sobre o muro do hospício e ficava a olhar a estrada que passava lá em baixo do morro onde ficava a instituição.
Um belo dia, o louco viu um ceguinho passando pela estrada e se guiando com a sua bengalinha, da qual ele arrastava pelo chão. O louco achou aquilo lindo e ficou admirando o ceguinho lá de cima do muro.
Logo atrás do cego, cerca de 50 metros, vinha um senhor de idade, muito velhinho e manco da perna esquerda, da qual ele vivia arrastando.
Vendo o manco, o louco ficou furioso, desceu o morro capotando e, quando caiu na estrada já todo arrebentado, saiu correndo, babando de raiva, atrás do manco que, indefeso, tomou um pau do cassete e ficou lá na estrada estirado, todo ensanguentado sem entender nada.
Porém, o louco vendo que sua missão estava cumprida, correu atrás do cego e quando chegou, disse:
- Ei meu chapa, pode continuar escrevendo ai no chão, que eu já arrebentei o retardado que tava apagando.