A Perícia Criminal

À medida em que as cidades vão se tornando metrópoles, os crimes vão se tornando mais frequentes, e a justiça vai tendo maior dificuldade em punir os malfeitores. Crimes acontecem todos os dias, com uma rapidez muito maior do que a capacidade que a justiça tem de resolvê-los, e de punir os criminosos. E assim é o dia a dia daqueles que têm a responsabilidade de cuidar do cumprimento das leis.

E tendo acontecido um crime de homicídio, em uma determinada cidade, o delegado Ahirton Celsio foi destacado para instaurar, e acompanhar o devido inquérito policial. E apesar de muito trabalho já efetuado, na primeira semana do inquérito o delegado ainda não tinha chegado a nenhuma pista do assassino. Passados mais alguns dias, assim como de repente, apareceu uma testemunha que tinha presenciado o crime, e que, devidamente protegido pela justiça, comprometeu-se a cooperar nas investigações. E o delegado ouviu essa testemunha, que o levou até o suspeito do crime.

O delegado levou a testemunha à residência do suspeito, para reconhecimento, e aí ele se deparou com mais uma dificuldade: O suspeito apresentado pela testemunha tinha um irmão gêmeo, exatamente igual a ele. E como a testemunha não conseguiu apontar qual dois gêmeos era o autor do crime, o delegado não teve outra saída, e prendeu os dois irmãos, que ficaram em celas separadas.

Após um mês da prisão dos gêmeos o inquérito ainda não apontava o autor do crime, e o delegado resolveu fazer uma acareação com os dois irmãos. Durante o trabalho de acareação o delegado percebeu que um dos irmãos gêmeos tinha engordado visivelmente, e que o outro gêmeo continuava com o mesmo físico de quando ele tinha sido preso.

O delegado Ahirton mandou que pesassem os dois gêmeos, e foi constatado o que ele já tinha percebido: Um dos gêmeos tinha engordado quase vinte quilos, enquanto que o outro gêmeo não tinha engordado nem um quilo. O delegado analisou detalhadamente todas essas últimas informações, e resolveu soltar o irmão gêmeo gordo, e indiciar o irmão gêmeo magro, como autor do homicídio.

Os auxiliares do delegado Ahirton, preocupados com a apresentação de uma justificativa de indiciamento nos autos do processo, solicitaram que ele lhes apresentasse os motivos periciais e jurídicos para que o gêmeo gordo fosse liberado, e para que o gêmeo magro fosse indiciado. E o delegado lhes disse:

— Elementar, companheiros! Eu observei que um dos gêmeos tinha engordado. A partir daí eu concluí que o gêmeo que não engordou é o que matou, pois todos nós sabemos muito bem que "O que não mata, engorda"!

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